segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Um soneto de Lena Ferreira


eu canto, com ou sem motivo,
sorrio até sem ter vontade
- não pense que por vaidade
mas sim para manter-me vivo -

meu coração não é cativo
só segue o que lhe dá vontade
alheio às tolas verdades
a parte; assim, eu sobrevivo

eu canto e, como em qualquer canto,
às vezes também desafino
mas nem por isso perco o encanto

por mais que viva, sou menino
- qual um passarinho em voo amplo
é assim que sigo o meu destino -

do livro "Quartecetos", 2014, 

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